Grupo de Estratégias em Educação

GRUPO DE ESTRATÉGIAS EM EDUCAÇÃO

Quem somos

O  Grupo de Estratégias em Educação começou seu trabalho na escola no início de 2004, primeiro ano do Projeto Amorim Lima, a partir da chegada de uma criança da Pré-Escola? Terapêutica Lugar de Vida, que atende crianças com diagnóstico de autismo e psicose infantil.
Constituído por cinco psicólogas voluntárias, tinha como proposta, inicialmente, auxiliar a entrada na escola de algumas crianças com necessidades educacionais especiais: desde síndromes genéticas até os quadros mais diversos de sofrimento psíquico. Esse auxílio consistia tanto num acompanhamento direto de alguns alunos, como no acolhimento das respectivas famílias e na realização de reuniões com a equipe escolar e com as equipes de tratamento.
Embora desde o início estivesse bastante claro que a intenção não era constituir um grupo de “especialistas especialmente especializados” que funcionasse como um corpo estranho à escola, foi necessário um processo de intenso trabalho para que esse grupo fosse se reconhecendo e sendo reconhecido como um grupo de educadores que está dentro da escola.
Isso se explicitou com a mudança de nome _ o Grupo de Inclusão constituído por psicólogas passou a se denominar Grupo de Estratégias em Educação constituído por educadores com formação em psicologia.
Essa mudança de nomeação visava enfatizar três questões básicas.
A primeira referente ao objetivo desse trabalho. Não se trata de incluir tal ou qual aluno, mas de incluir as questões que ele suscita nos outros, questões que ele traz e que reverberam em todos e em cada um: seja com seu corpo, que não se movimenta da maneira comum; seja com seus ritmos inusuais e sua circulação pelos espaços da escola. Isso significa incluir na escola, trazer para dentro da escola, questões que já estão dentro, mas não aparecem de maneira tão explícita. Significa cada um se deparar com o temor do fracasso, a angústia de aprender, o desamparo, o medo, o limite, que aparecem estampados em alguém, mas pertencem a todos.
E com isso poder fazer da escola também um espaço de transposição disso, para que possam emergir verdadeiros alunos-desejantes, movidos pela pulsão epistemofílica, o impulso por aprender.
A segunda questão que fica sublinhada com o nome Grupo de Estratégias em Educação é que a ênfase está nas estratégias que precisam ser criadas a partir dos “alunos portadores de questões, alunos portadores de perguntas”. Eles carregam no corpo, no gesto e na fala, a pergunta: “Que estratégias a escola vai criar para que eu possa aprender?”.
A terceira questão se refere à coerência desse grupo com o projeto da Escola Amorim Lima.
Nessa escola, somos educadoras com formação em psicologia e psicanálise, assim como existem educadores com formação em artes, educadores com formação em pedagogia, educadores com formação em capoeira, etc. Ou, conforme o Projeto Pedagógico da Escola: todos somos educadores, nas especificidades de nossas funções.

O que fazemos

A partir do momento que se percebe e se identifica alguma questão vinda dos educadores, dos pais ou dos alunos, esse grupo vai criando junto com os outros educadores da escola determinada estratégia. Algumas são estratégias grupais e podem durar alguns meses; como por exemplo no ano passado, o “Espaço de Descobertas”, realizado durante o segundo semestre, com o primeiro ano da manhã. Ou um grupo de conversas onde participaram alguns alunos e suas respectivas famílias, durante vários meses de 2006. Ou ainda, o trabalho de transição realizado junto a alguns alunos para ajudá-los na passagem para o período noturno, uma vez que se julgava que era o mais adequado para a faixa etária e o momento de vida deles. Ou os grupos de conversas com diversas configurações visando elaborar determinadas conflitivas grupais, que vêm funcionando desde o ano passado e têm se ampliado esse ano. E ainda o recém iniciado “grupo de pais, mães, avós e responsáveis”.
Outras estratégias são mais focadas, como encontros com um aluno e a família dele; ou algum encaminhamento para um atendimento com profissionais fora da escola. Pode ser ainda, juntamente com o tutor, a criação de um “Roteiro Alternativo de Estudo”, um roteiro de estudo personalizado que melhor se adapte a um aluno específico.
Sejam grupais ou individuais, mais duradouras ou pontuais, as estratégias surgem com a demanda e a identificação de uma necessidade.

Configuração Atual da Equipe

A equipe está composta, nesse momento, por cinco educadoras com formação em psicologia/ psicanálise e uma estagiária de psicologia:
Simone de Camargo Silva, Ana Paula Musatti Braga, Evelyn Madeira e Larissa Patti Gomes, fazem parte desde 2004. Raquel Ribeiro Foresti, desde o início de 2007.
Marcela Pezzi está concluindo a graduação de psicologia e começou seu estágio também no início de 2007.
Além dos horários fixos durante a semana, em que são marcados os grupos de conversa, cada profissional tem alguns horários de trabalho que são marcados conforme a necessidade de acompanhamento de algum aluno, alguma família ou alguma instituição. Por ser um trabalho voluntário, que até esse momento não contou com nenhum tipo de financiamento, o número de horas que cada uma das profissionais consegue permanecer na escola ainda é insuficiente para atender a demanda. Embora existam crianças e adolescentes interessados em entrar no Amorim que permanecem em fila de espera, o trabalho tem se expandido e tem sido possível receber a cada ano novos alunos com as mais diversas questões psíquicas ou físicas.

Apoios e Parcerias

O trabalho deste grupo não estaria sendo possível se não houvesse profissionais e instituições que realizam o acompanhamento de vários alunos fora da escola, nas mais diferentes especialidades.
Agradecemos enormemente aos seguintes apoios e parcerias: Pré- Escola Terapêutica Lugar de Vida, Centro Israelita de Apoio Multidisciplinar, Centro de Saúde Escola Butantã, Trapézio: Grupo de Apoio à Escolarização e aos psicanalistas Maria Laura Cury Silvestre, Eduardo Afonso Furtado, Lívia Barros, Débora M. Gleizer e Fernanda Santos.