A professora Massumi da Oficina ArtecomCiência iniciou neste mês de março um novo projeto, o Passarinhar, que será desenvolvido com as turmas dos 1º e 2º anos da nossa escola.
Passarinhar como é chamado carinhosamente o projeto da Amorim, vem da Observação de Aves. O projeto desenvolvido pela professora Massumi tem orientação da equipe de pesquisadores do Museu Biológico do Instituto Butantan que desenvolvem há alguns anos o #vempassarinhar.
Massumi explica que o Passarinhar é mais do que observar os pássaros. “Este é um projeto de revitalização dos espaços externos da escola, que traz um potencial didático e pedagógico interdisciplinar”, ressalta a professora. Massumi completa que além do cuidado para com a escola a partir de cada sujeito que a frequenta: estudantes, famílias e educadores está incorporado outro objetivo que é trazer mais pássaros e aves para o nosso convívio.
No dia 25 de março os estudantes dos 1º e 2º anos e seus familiares foram convidados para uma atividade que deu início ao projeto. As famílias trouxeram a doação de mudas de plantas passarinheiras nativas que serão plantadas por toda a escola.
Neste dia também aconteceu um encontro para palestra e bate papo com integrantes da equipe do Museu Biológico do Instituto Butantan, que conduzem o projeto #vempassarinhar no Instituto: a pesquisadora científica, Erika Hingst-Zaher e a ornitóloga e também pesquisadora Giulyana Althmann.
Erika proferiu uma palestra sobre a beleza e a diversidade das aves e como as passarinhadas ajudam, como ressaltou, a “olhar o mundo com outros olhos”. Ela explicou que existem 10.000 espécies de aves conhecidas no mundo. Só Brasil são mais 1.900, e na cidade de São Paulo são 700. Erika destacou que no Instituto Butantã já foram observadas 146 espécies de aves diferentes. Com estas informações, ela lançou a proposta para os presentes identificarem quantas espécies diferentes de aves existiria na Amorim Lima.
A pesquisadora científica do Museu Biológico do Instituto Butantan definiu a observação de aves ou passarinhar como “buscar, identificar e registrar aves em seu ambiente natural” e indicou que a prática “muda as pessoas” positivamente em diversos aspectos:
– Saúde mental ao combater o stress;
– Saúde física, pois a observação estimula o desenvolvimento, como ela chama de “superpoderes” de visão e audição, aumenta a concentração e o raciocínio. Segundo Erika, diversos estudos atuais têm demonstrando a ocorrência de problemas de saúde nas crianças pelo afastamento da natureza, entre eles a obesidade. Em contraponto, de acordo com Erika, a aproximação com a natureza pode ajudar na solução destes problemas;
– Saúde social ao fazer e cultivar amizades e unir as famílias;
– Estimula a busca pelo conhecimento, pois as pessoas consultam livros e criam guias de observação;
– Ciência cidadã que mobiliza voluntários para contribuir com projetos científicos e na aproximação entre público e ciência;
– Colabora com a conservação ao chamar a atenção das pessoas para a natureza.
Erika explicou que as aves podem ser atraídas em maior número caso estejam disponíveis, nos locais, plantas e árvores que elas gostem mais. Por isso, é necessário que se pesquise quais plantas evoluíram biologicamente juntas e são compatíveis com as aves de determinada região. O plantio das plantas que não são compatíveis pode afastar as aves do local e atrair aquelas que não são naturais desta mesma região, causando desequilíbrios ecológicos. A professora Massumi ressaltou que este foi o motivo da lista específica de plantas passarinheiras adequadas, que foram pedidas para serem trazidas pelos familiares.
Ao término da apresentação de Erika, os estudantes e seus familiares foram convidados a acompanhar a ornitóloga e Giulyana, para observar os pássaros, ouvir seus cantos e identificá-los.
Algumas pessoas levaram binóculos para facilitar a observação e as pesquisadoras também trouxeram e distribuíram folhetos, que eram um pequeno guia para ajudar na identificação das aves.
Apesar de já ser um pouco mais tarde do que o horário ideal para a observação, assim como a quantidade de pessoas, pois como explicou Giulyana observa-se maior quantidade de pássaros bem cedo na manhã e em grupos menores, foi possível observar um número considerável de aves como pomba doméstica, periquito-verde, sanhaço-cinzento, cambacica, andorinha, sabiá, com destaque para os joão-de-barro no seu ninho característico feito de barro no poste de luz da quadra.
Ao chegar à escola, Giulyana já havia feito a análise de que poderiam ser observadas ao menos 20 espécies diferentes de aves no espaço da Amorim e que, com o plantio de aves passarinheiras este número tende a aumentar.
Por fim, o término do encontro se deu com o plantio simbólico de uma planta passarinheira, uma muda de Palmeira Juçara. Posteriormente, durante as oficinas de ArtecomCiência os estudantes irão realizar o plantio das mudas que foram trazidas pelas famílias além de outras disponibilizadas pelos parques do município de São Paulo, que foram conseguidas pela professora Massumi em parceria com a Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente.
Veja abaixo uma Galeria de Imagens do Passarinhar.
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