Projeto Político Pedagógico

I – Dos primórdios do Projeto

Da derrubada das grades à derrubada das paredes

Como você leu na História da EMEF DEsembargador Amorim Lima houve um grande processo catalisado pela diretora Ana Elisa Siqueira, com a colaboração de pais, professores e alunos para que o atual Projeto Pedagógico fosse aplicado. Abaixo, você lerá quais são os principais valores que fundamentam o projeto, inspirado no percurso realizado na Escola da Ponte, em Portugal. Mas um pequeno resumo pode ser apresentado da seguinte forma:

– Na Amorim, cada aluno tem um educador tutor. Esse educador é responsável pela avaliação do progresso do estudante. Normalmente, cada professor da escola é responsável por cerca de 20 alunos por período. E, uma vez por semana, o tutor tem um encontro de cinco horas com seus tutorandos. Nos demais dias, se o tutorando tiver problemas pode procurar o seu tutor. E, de maneira geral, eles também se encontram no “Salão”, que você conhece abaixo.
– Cada aluno recebe ao longo do ano apostilas com roteiros de pesquisa. Cada roteiro tem cerca de 18 objetivos, ou seja, perguntas ou tarefas que devem ser respondidas ou desenvolvidas pelo estudante. Saiba como é um roteiro, clicando aqui. Repare que os roteiros e seus objetivos são desenvolvidos a partir dos livros didáticos recebidos pelo estudante, e as perguntas que o estudante deve responder exigem que eles pesquisem em vários livros ao mesmo tempo (de português, de ciências, de geografia, de história…).
– Dois grandes grupos de salas de aula tiveram suas paredes literalmente derrubadas. Assim, criaram-se dois grandes salões. Em um “Salão” ficam os alunos do Ciclo I e no outro os alunos do Ciclo II. Esses alunos sentam-se em mesas de quatro lugares para realizarem as suas pesquisas em grupo e responderem, individualmente, seus objetivos (dos roteiros). Não há aulas expositivas (a não ser as aulas de matemática, inglês e de oficina de texto). Os professores – cerca de cinco ou seis – circulam pelo salão para ajudar os alunos em suas dúvidas e explicar alguns conceitos se isso se fizer necessários. É importante saber que não necessariamente os alunos sentados juntos em uma mesa estão desenvolvendo as pesquisas de um mesmo roteiro. Isso acontece porque cada aluno decide a ordem em que quer fazer os roteiros. Assim, um estudante pode ter escolhido começar pelo roteiro Biografia e o outro colega de mesa pode ter escolhido começar o ano pelo roteiro Corpo Humano, por exemplo.
– Quando acaba de preencher o seu roteiro, o aluno escreve um portfólio, com tudo que aprendeu com aquele roteiro e entrega para o tutor, que avalia se ele pode receber a apostila seguinte, com os demais roteiros. Não há provas. O progresso do conhecimento é avaliado pela qualidade dos portfólios e pela participação do aluno na escola.

Uma reportagem sobre uma roda de conversa sobre o Projeto Político Pedagógico pode ser lida em aqui.

II _ Dos valores que fundamentam o projeto

Ascendermos todos – alunos, educadores, pais e comunidade – a graus cada vez mais elevados de elaboração cultural e a níveis cada vez mais elevados de autonomia moral e intelectual, num ambiente de respeito e solidariedade, é o objetivo que fundamenta o Projeto EMEF Desembargador Amorim Lima.

Para tanto, a prática diária deve apontar:

A. Objetivo geral

  • Formar a consciência social, crítica, solidária e democrática, na qual o educando vá gradativamente se percebendo como agente do processo de construção do conhecimento e de transformação das relações entre os homens em sociedade, por meio da ampliação e recriação de suas experiências, da sua articulação com o saber organizado e da relação da teoria com a prática.
  • Assegurar aos educandos o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo, priorizado a alfabetização nos 3 primeiros anos de escolaridade, visando a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da economia, da tecnologia, das artes, da cultura e dos valores em que se fundamente a sociedade; o desenvolvimento da capacidade da aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e a formação de atitudes e valores; o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de respeito recíproco em que se assenta a vida social.

B. Objetivos Específicos

  • Para a elevação do grau de compromisso com a realização deste Projeto, por parte de todos os segmentos da escola, nos limites de suas atribuições definidos no Regulamento Interno que o integra e dele é parte.
  • Diferentemente daquela escola em que cabe ao professor ensinar, e ao aluno aprender, esse Projeto visa um compromisso coletivo em que todos os seus agentes se engajem sempre mais num processo de aprimoramento cultural e pessoal de todos, de forma integral, e na construção de uma intencionalidade educativa clara, compartilhada e assumida por todos.
  • Esta intencionalidade educativa, calcada nos valores da autonomia, solidariedade, democraticidade e responsabilidade deve ditar o funcionamento organizacional e relacional da escola, preservando e reforçando o papel do professor e dos educadores, e tendo o Conselho Pedagógico como responsável direto pela formulação e implantação das práticas pedagógicas que a sustentarão _ sempre em consonância com o Projeto Pedagógico aprovado pelo Conselho de Escola. Reconhece-se, no escopo desse Projeto, o papel de educadores à totalidade dos trabalhadores e trabalhadoras da escola, no âmbito de suas funções específicas.
  • Sendo que uma tal intencionalidade educativa, apoiada nos valores da solidariedade e da democraticidade, só se realiza e produz sentido se fortemente apoiada pela totalidade dos agentes envolvidos, deve-se buscar, sempre mais, a participação e o apoio dos pais e da comunidade na vida da escola, preservadas as atribuições elencadas neste Projeto e melhor formuladas no Regulamento Interno, que regerá sua correta aplicação. Reconhece-se a importância do trabalho dos diversos agentes implicados na melhoria da EMEF Desembargador Amorim Lima ligados não formalmente a ela, seja na forma de voluntariado, seja sob a forma de apoio institucional e financeiro.
  • Para a elevação dos graus de autonomia de todos os envolvidos neste Projeto:
    1) do ponto de vista da autonomia intelectual, outorgando sempre mais ao aluno o domínio sobre os processos e meios de aprendizagem, auxiliando-o a encontrar e desenvolver os meios que lhe possibilitem construir e viver um percurso intelectual próprio;2) do ponto de vista da autonomia moral, devem ser sempre aprimorados os mecanismos que favoreçam e estimulem, por parte dos alunos, a assunção de mais responsabilidades no sentido do melhor funcionamento da escola e da mais eficaz implantação deste Projeto, visto que a mesma só se dá frente a um coletivo no qual se inscreve e na medida em que também se assuma e respeite as diretrizes e os projetos traçados por este mesmo coletivo.
  • Se antes cabia ao professor formar-se individualmente para dar conta de uma docência expositiva e solitária, numa relação dual com os alunos, o funcionamento deste Projeto passa a exigir:
    1) uma prática compartilhada e solidária, visto que o professor não trabalha mais intramuros, solitariamente e com uma turma específica;2) uma formação diversificada e múltipla, no sentido de poder acompanhar e incentivar a transversalidade curricular pretendida, sem contudo abrir mão de seu conhecimento mais aprofundado em uma área específica;

    3) a mudança de foco na relação com os alunos, visto que a exposição de conteúdos passa a dar lugar ao incentivo constante à pesquisa, à orientação quanto o melhor uso dos Roteiros Temáticos, à solução das dúvidas que nascem dos mais diversos e inesperados lugares;

    4) o descentramento do papel do professor como detentor de saber para um papel de colaborador na construção de saber, visto que lhe cabe, neste novo funcionamento, mais orientar que explicar, mais pesquisar que ensinar. Sendo, pois, variadas e profundas as demandas que a implantação deste Projeto dirige aos professores, devem os agentes todos que dão suporte à sua implantação comprometer-se no esforço de propiciar, aos educadores de forma geral, e aos professores especificamente, uma formação continuada de qualidade, voltada à sua prática diária e às suas questões mais prementes.

  • Uma atitude de respeito para com as diferenças culturais, raciais, de credo e quaisquer outras, de todos e para com todos. A convicção de que cada aluno é único, pode e deve permanentemente construir e exercer sua identidade no seio de um coletivo que não a mitigue ou aplaque. A convicção de que toda a criança é capaz de aprender e desenvolver-se, em ritmo e forma próprios, sendo-lhe dadas as condições para que o faça.
  • A compreensão do ser humano como ser integral. A convicção de que toda a aprendizagem significativa do mundo é também conhecimento e desenvolvimento de si, numa dialética que equipara a elaboração intelectual à elaboração pessoal e psíquica (Pichón-Riviere).
  • Pautando-se num critério de democraticidade e transparência cada vez mais elevados, deverão as diversas forças que compõem este Projeto, em seus diversos âmbitos, comprometer-se a um esforço constante de esclarecimento de suas ações e atitudes, frente ao coletivo da escola. Sendo este um projeto educacional coletivo, caberá aos diversos segmentos que o compõem a tarefa de manifestarem suas convicções e justificarem suas ações de forma clara e coerente, logicamente sustentadas. Os diferentes lugares de poder que tomam os detentores de diferentes saberes e diferentes fazeres, no escopo deste Projeto e salvaguardados em seu Regulamento, não devem servir de pretexto à atitude autoritária, arrogante, isolada, por parte de nenhum de seus membros. Os canais de diálogo e de divulgação, no âmbito dos diversos segmentos do Projeto, serão melhor explicitados no seu Regulamento Interno.

III _ Das bases conceituais do Projeto, da aprendizagem e do currículo.

O Projeto Pedagógico EMEF Desembargador Amorim Lima é um projeto único, nascido do esforço de uma comunidade específica e voltado a suprir as demandas e anseios desta comunidade. Para tanto, está construindo estratégias, encontrando soluções e criando os dispositivos pedagógicos que julga melhor se adequarem ao universo de seus alunos e educadores, no sentido de alcançar seus objetivos de forma plena e eficaz. É, portanto, um projeto que em tudo se apóia e em tudo coerente com o propugnado na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB).

As grandes linhas pedagógicas do Projeto são absolutamente consonantes com aquelas que os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) indicam como objetivo a se esperar dos alunos do ensino fundamental, e cuja importância justifica reiterar:

  • compreender a cidadania como participação social e política, assim como exercício de direitos e deveres políticos, civis e sociais, adotando, no dia a dia, atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito;
  • posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais, utilizando o diálogo como forma de mediar conflitos e de tomar decisões coletivas;
  • conhecer características fundamentais do Brasil nas dimensões sociais, materiais e culturais como meio para construir progressivamente a noção de identidade nacional e pessoal e o sentimento de pertinência ao País;
  • conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro, bem como aspectos socioculturais de outros povos e nações, posicionando-se contra qualquer discriminação baseada em diferenças culturais, de classe social, de crenças, de sexo, de etnia ou outras características individuais e sociais;
  • perceber-se integrante, dependente e agente transformador do ambiente, identificando seus elementos e as interações entre eles, contribuindo ativamente para a melhoria do meio ambiente;
  • desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimento de confiança em suas capacidades afetiva, física, cognitiva, ética, estética, de inter-relação pessoal e de inserção social, para agir com perseverança na busca de conhecimento e no exercício da cidadania;
  • conhecer e cuidar do próprio corpo, valorizando e adotando hábitos saudáveis como um dos aspectos básicos da qualidade de vida e agindo com responsabilidade em relação à sua saúde e à saúde coletiva;
  • utilizar as diferentes linguagens – verbal, matemática, gráfica, plástica e corporal – como meio para produzir, expressar e comunicar suas ideias, interpretar e usufruir das produções culturais, em contextos públicos e privados, atendendo a diferentes intenções e situações de comunicação;
  • saber utilizar diferentes fontes de informação e recursos tecnológicos para adquirir e construir conhecimentos;
  • questionar a realidade formulando-se problemas e tratando de resolvê-los, utilizando para isso o pensamento lógico, a criatividade, a intuição, a capacidade de análise crítica, selecionando procedimentos e verificando sua adequação.

No esforço de adequação e observância aos fundamentos aqui relatados, o Projeto propugna uma série de transformações dos dispositivos pedagógicos anteriormente praticados na escola. Estas transformações, já implantadas, em fase de implantação e em fase de projeto, podem ser assim definidas:

  • No sentido de aumentar a implicação dos alunos no processo de aprendizagem, melhor favorecer o desenvolvimento de seus graus de autonomia e ainda, no sentido de melhor adequar o currículo objetivo aos ritmos e predisposições individuais, o Projeto privilegia o trabalho de pesquisa. A aula expositiva deixa de ser o instrumento preferencial de transmissão e aquisição de saber, passando a ser um recurso utilizado pontualmente:
    1) seja nos momentos em que o grau de autonomia não permita, ainda, a vinculação a um projeto de pesquisa;

    2) seja nos momentos em que os educadores entendam que uma explanação possibilite um avanço no processo, esgotados todos os outros recursos; e

    3) seja, finalmente, nas ocasiões em que características momentâneas do Projeto em implantação não permitam adequar a prática pedagógica aos princípios que a fundamentam.

  • O trabalho de pesquisa é norteado por Roteiros Temáticos de Pesquisa, concebidos segundo a Teoria dialógica da linguagem do Círculo de Bakhtin, e apoiado nos livros didáticos e paradidáticos, num contexto predominantemente grupal. Apesar de usar tais livros de forma particular e não seqüencial, privilegiando uma transversalidade temática, e apesar de não se restringir a eles, o Projeto reconhece o Programa Nacional do Livro Didático como uma outra sua importante base prática e conceitual, além da sustentação em uma Política Pública Federal.
  • De implementação gradativa a partir de 2004, e abrangendo a totalidade dos alunos desde o início de 2006, o dispositivo extingue as três classes de cada série, dividindo os alunos em 21 grupos de 5 membros cada.
  • Além do acompanhamento grupal e individual em sala, são os alunos acompanhados mais de perto por um tutor que, ao ater-se a um grupo menor de alunos, preferencialmente durante todo o período de formação escolar, pode orientá-los com olhar mais atento e agudo, indicando e corrigindo rumos. Sendo a busca da autonomia um valor matricial do Projeto, e somente podendo ela fundar-se numa cada vez mais aprofundada auto-avaliação, caberá ao espaço da tutoria auxiliar os professores a implantar e fomentar a auto-avaliação, numa gradual tomada de consciência, por parte dos alunos, de suas capacidades e de suas dificuldades.
  • Dados os fundamentos aqui apresentados, é pretensão do Projeto oferecer, além de uma adequada formação intelectual e cognitiva, um aprimoramento artístico, físico, estético, enfim voltado às mais diversas formas de manifestação expressiva do ser humano, num clima de valorização do amadurecimento das relações interpessoais sem a banalização dos afetos. O trabalho dos arte-educadores assume, pois, lugar de grande importância, devendo as diversas forças que compõem o coletivo esforçar-se por viabilizar, segundo critérios do Conselho Pedagógico, a sua sustentada e permanente presença na escola _ seja empenhando-se em incluí-los no escopo do quadro funcional estável, seja buscando os recursos que possibilitem a manutenção de um contrato autônomo.
  • É reconhecida e valorizada, no âmbito deste Projeto, a importância das novas tecnologias no que concerne ao acesso e à construção do conhecimento. A utilização de tais ferramentas tecnológicas – notadamente a informática – deve pois sempre mais se integrar ao trabalho diário de pesquisa e produção em sala de aula.
  • A EMEF Desembargador Amorim Lima possui importante acervo de mais de 18.000 volumes. Reformada, e em processo de completa informatização, a sala de leitura transformou-se em biblioteca circulante, expandindo o acesso a seu acervo à toda a comunidade.

Além do já citado, são bases conceituais do projeto, entre outras:

1) As contribuições de Jean Piaget quanto à formação dos conhecimentos e quanto às autonomias moral e intelectual;

2) A imensa contribuição do grande educador Paulo Freire _ em primeiro lugar como fonte de referência de toda a pedagogia que se pretenda libertária; em segundo por ter contribuído fortemente na criação dos avançados parâmetros normativos da educação brasileira atual _ sem os quais seguramente este Projeto teria muitas mais dificuldades em ser implantado; e

3) Cabe ressaltar a importância, para a existência deste Projeto, daquele outro implantado na pequena Vila das Aves, em Portugal, sob o nome Fazer a Ponte. Além de nos mostrar que “a utopia é possível”, como bem o disse o professor José Pacheco, a Escola da Ponte é uma fonte permanente de inspiração e reflexão, pois que soube, em seus quase 30 anos, ir criando mecanismos e dispositivos pedagógicos coerentes com seus valores e princípios _ e que são os mesmos que nos animam. Sabemos bem que uma coisa é ter princípios, outra bem diversa é aplicá-los. Nesse sentido a Ponte, em sua generosa proposição de fazer públicos sua história, seu trajeto, suas dificuldades e seu estágio atual, é fonte importantíssima de consulta e interlocução.

IV _ Organização da escola e do currículo.

Ciclos

Na EMEF Amorim Lima, o Ensino Fundamental regular tem duração de 9 anos e contempla três ciclos, atendendo ao art. 5o, inciso II, da Portaria 5.930/13, da Secretaria Municipal de Educação, que regulamenta o Decreto que institui o Programa “Mais Educação São Paulo” (Dec. 54.452/13 SME), a saber:

  1. ciclo de alfabetização;
  2. ciclo interdisciplinar; e
  3. ciclo autoral

Áreas do conhecimento

As grandes linhas pedagógicas do PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO ESPECIAL AMORIM LIMA em consonância com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica (2013) trazem os seguintes objetivos para os estudantes do Ensino Fundamental:

a. Compreender a “cidadania ativa” (Maria Vitória Benevides, Escola de Governo) comoparticipação social e política, assim como, exercício de direitos e deveres políticos, civis e sociais, adotando, no dia a dia, atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito;

b. Posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais, utilizando o diálogo como forma de mediar conflitos e de tomar decisões coletivas;

c. Conhecer características fundamentais do Brasil nas dimensões sociais, materiais e culturais como meio para construir progressivamente a noção de identidade nacional e pessoal e o sentimento de pertinência ao País;

d. Conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro, bem como aspectos socioculturais de outros povos e nações, posicionando-se contra qualquer discriminação baseada em diferenças culturais, de classe social, de crenças, de sexo, de etnia ou outras características individuais e sociais;

e. Perceber-se integrante, dependente e agente transformador do ambiente, identificando seus elementos e as suas interações entre eles, contribuindo ativamente para a melhoria do meio ambiente, tanto histórico quanto geográfico;

f. Desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimento de confiança em suas capacidades afetiva, física, cognitiva, ética, estética, de inter-relação pessoal e de inserção social, para agir com perseverança na busca de conhecimento e no exercício da cidadania ativa;

g. Conhecer e cuidar do próprio corpo, valorizando e adotando hábitos saudáveis como um dos aspectos básicos da qualidade de vida e agindo com responsabilidade em relação à sua saúde e à saúde coletiva;

h. Utilizar as diferentes linguagens – verbal, matemática, gráfica, plástica e corporal – como meio para produzir, expressar e comunicar suas ideias, interpretar e usufruir das produções culturais, em contextos públicos e privados, atendendo a diferentes intenções e situações de comunicação;

i. Saber utilizar diferentes fontes de informação e recursos tecnológicos para adquirir e construir conhecimentos;

j. Questionar a realidade formulando-se problemas e tratando de resolvê-los, utilizando para isso o pensamento lógico, a criatividade, a intuição, a capacidade de análise crítica, selecionando procedimentos e verificando sua adequação.

Rotina da Escola

A rotina escolar dos estudantes é composta por horários de pesquisa nos salões, horários de oficinas, tutorias, aulas expositivas e recreio, perfazendo um total de 5 horas diárias de trabalho, de acordo com o art. 34 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. O Projeto está apto a funcionar em período integral.

A rotina semanal dos estudantes é organizada a partir dos agrupamentos em que os estudantes são divididos (A, B, C, D, E). Por exemplo, na quinta-feira das 7h00 às 8h00, os estudantes do agrupamento A participarão da oficina de Ed. Física, o B da oficina de Leitura e Escrita, os agrupamentos C e D da oficina de Pesquisa (momento em que eles realizam as atividades do roteiro) e o a E participará da oficina de Artes.

No caso das oficinas de Matemática, os estudantes são divididos por nível de aprendizagem, que são: Iniciação, Intermediário e Aprofundamento, dessa forma, é possível aplicar atividades adequadas à necessidade do grupo.

Tempo e espaço escolar

A Escola dispõe de diversos momentos e espaços de aprendizagem, em que o projeto se realiza:

A. Salões

A Escola dispõe de três Salões, sendo um para cada Ciclo – Alfabetização, Interdisciplinar e Autoral, nos quais estudantes organizam-se em grupos de 5 para a realização dos Roteiros Temáticos de Pesquisa, sob a orientação de educadores que devem ser proporcionalmente distribuídos de acordo com o número de estudantes em cada salão, o que corresponde em média a 3 a 4 educadores para cerca de cem estudantes.

B. Oficinas

O Projeto contempla:

  1. Oficinas permanentes de matemática, leitura e escrita, educação física, inglês, artes plásticase informática, brincadeiras, entre outras. São ministradas pelos professores efetivos da unidade escolar.
  1. Oficinas culturais como dança, música, capoeira, entre outras. Essas oficinas se dão comoficineiros, a partir de parcerias mantidas pela escola com diferentes instituições e organizações.

C. Tutorias

As tutorias consistem em um encontro semanal no qual um educador acompanha um grupo de, idealmente, quinze a vinte estudantes, durante todo o período (5h). Valoriza-se, assim, o tempo destinado à orientação dos Roteiros Temáticos de Pesquisa, promovendo a integração das áreas de conhecimento (art. 9o da Portaria 5.930/13 – Mais Educação São Paulo).

Ao ater-se a um grupo menor de estudantes, o tutor deverá orientá-los com olhar mais atento e agudo, indicando e corrigindo rumos. Durante o trabalho de tutoria, o tutor responsável pelo grupo ajuda seus tutorandos a se organizar e realizar suas atividades pessoais, seus registros e suas tarefas. Este também é um momento privilegiado de trabalho grupal, quando se constroem vínculos profundos tanto com a aprendizagem, quanto com as responsabilidades pessoais e coletivas.

D. Recreio

Consiste no intervalo de 30 minutos diários, onde o estudante faz sua refeição e brinca. Cumpre destacar o recreio como atividade educativa que integra o efetivo trabalho escolar (art. 12, III da LDB) e é essencial para a plenitude da formação de cada estudante.

E. Roda de conversa

Dispositivo pedagógico que figura como atividade permanente diária com duração de 30 minutos após o intervalo. São constituídos a cada dia da semana agrupamentos com cerca de 20 a 25 estudantes, aos quais, em sistema de rodízio, são atribuídas a 4 membros do grupo, as funções de: redator, auxiliar de redação, secretário, auxiliar de secretário. Ao primeiro cabe registrar os temas e as falas da Roda; ao segundo, acompanhar o registro e apoiar nessa ação; ao terceiro fazer as inscrições de fala na ordem em que as crianças manifestam-se levantando a mão; e ao quarto, apoiar a identificação da ordem de manifestação, garantindo a anotação dos nomes. A Roda tem sempre um adulto educador de referência, a quem cabe mediar as discussões, esclarecer, no que couber, dúvidas apresentadas, controlar o tempo de fala dos inscritos, adequando os minutos possíveis aos temas elencados no início da Roda, como “pauta do dia”, composta coletivamente, e o número de inscritos para falar.

A vivência continuada e orgânica desse dispositivo possibilita o exercício diária de um aprendizado político essencial a uma pedagogia emancipatória, crítico-reflexiva, a partir de atitudes de posicionamento pessoal e coletivo, defesa de pontos de vista, com argumentação e contra argumentação, debate de ideias, elaboração de sínteses provisórias, reflexão e análise coletiva de situações reais vividas que implicam e interessam os estudantes, sendo, por isso, trazidas como pauta para a Roda de Conversa.

F. Oficinas Permanentes

É um momento de interação entre os estudantes das diferentes tutorias e possibilita a realização de diversas estratégias de aula. Neste caso, a aula expositiva deixa de ser o instrumento preferencial de transmissão e aquisição de saber, passando a ser um recurso utilizado pontualmente, quando necessário aos objetivos do Projeto.

No caso da rotina do Ciclo Interdisciplinar apresentada, além das oficinas de Leitura e Escrita, Matemática, Artes, Educação Física, Inglês, há também a oficina de Brincadeiras, que é um momento em que os estudantes interagem entre si, lidar com as vitórias e principalmente com as derrotas e também com o cumprimento de regras. Já na oficina de Parque, os estudantes podem brincar sem a mediação do educador.

Roteiros Temáticos de pesquisa

Dispositivo pedagógico de autoria para este Projeto Político Pedagógico Especial Amorim Lima do Prof. Dr. Geraldo Tadeu de Souza, da Universidade Federal de São Carlos. Atualmente, todos os Roteiros Temáticos de Pesquisa de todos os Ciclos são elaborados pelos professores em trabalho coordenado pelas Coordenadoras Pedagógicas da Unidade e supervisionado pelo Conselho Pedagógico.

O trabalho de pesquisa é realizado num contexto predominantemente grupal, a partir de Roteiros Temáticos de Pesquisa, que funcionam como marcadores curriculares do Projeto Político Pedagógico Especial Amorim Lima, no qual temas geradores são organizados de forma interdisciplinar, contemplando as diferentes áreas de conhecimento, conforme citado no item 2. Esses roteiros são apoiados nos livros didáticos do Programa Nacional de Livros Didáticos (PNLD), escolhidos pelo grupo de professores a cada triênio. Na elaboração dos roteiros outras fontes de pesquisa como Internet, livros paradidáticos, visitas a museus, estudos de meio, entrevistas e etc são também utilizadas.

É importante ressaltar que os livros didáticos funcionam como uma das fontes de referência para a pesquisa e realização das atividades propostas nos referidos roteiros, sendo utilizados de forma particular, ou seja, não sequencial, privilegiando o entendimento amplo e interdisciplinar do tema gerador. Eles traduzem às especificidades da Língua Portuguesa, da Língua Estrangeira Moderna, da Matemática, do Conhecimento do Mundo Físico e Natural, da Realidade Social e Política, especialmente do Brasil, incluindo-se o estudo da História e Cultura Afro-brasileira e indígena, da Arte nas suas diferentes formas de expressão e Educação Física.

Dessa forma, apontamos os roteiros de pesquisa como um meio de problematizar o próprio uso livro didático, de forma crítica e reflexiva, garantindo a base nacional curricular comum, complementada de acordo com as características regionais e locais do nosso território, nos termos do art. 26 da LDB.

A progressão do estudante ao longo do currículo está atrelada à avaliação dos conhecimentos apreendidos. Nesse sentido, o estudante é estimulado a realizar atividades de acordo com suas necessidades e as propostas, com base nessas, dos educadores.

Planos de estudos

Dispositivo pedagógico que possibilita ao estudante planejar e avaliar seu trabalho e seus estudos quinzenalmente, com o acompanhamento do tutor e pais/responsáveis.

Atividades culturais e festas

Nossas festas são estruturantes do fazer pedagógico porque elas trazem as questões genuínas da cultura e da formação do povo brasileiro, sendo um dos principais pilares curriculares dentro do Projeto Político Pedagógico Amorim Lima. São elas: Carnaval, Festa Junina, Festa da Cultura (é temática anual, cuja escolha do tema ocorre por meio de assembleias e discussões por todos os segmentos da Comunidade Escolar) e o Auto de Natal. Estas atividades não se esgotam no momento de sua realização, integrando o currículo da escola durante todo o ano letivo. “Tem-se em vista que a liberdade de divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber é um dos princípios que devem sustentar o ensino” (art. 206 da Constituição Federal e art. 3o, inciso II da LDB).

De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais,

o currículo não se esgota, contudo, nos componentes curriculares e nas áreas de conhecimento. Valores, atitudes, sensibilidades e orientações de conduta são veiculados não só pelos conhecimentos, mas por meio de rotinas, rituais, normas de convívio social, festividades, visitas e excursões, pela distribuição do tempo e organização do espaço, pelos materiais utilizados na aprendizagem, pelo recreio, enfim, pelas vivências proporcionadas pela escola (2013, p. 116).

Todas as festas e atividades contam com grande apoio e participação da comunidade, desde o planejamento e organização até a preparação e execução, sendo um importante momento de integração da sociedade com a escola (art. 12, inciso VI da LDB).

É possível, ainda, a criação de grupos de trabalho voluntário e participação de institutos convidados para realizar intervenções e outras atividades culturais na Escola.

Grupos de responsabilidade

Como forma de organização, reflexão e participação, os estudantes realizam atividades de cuidado com a escola, tanto na perspectiva da instituição, quanto na dos diferentes sujeitos que a constituem, sempre com vistas ao fortalecimento da cidadania ativa. São exemplos de grupos de responsabilidade: cuidado com a biblioteca, recreio, salões, etc. Esses grupos são formados a partir da escolha dos estudantes segundo seus interesses.

Avaliação

A avaliação visa ao aprimoramento do processo educativo. É realizada de forma contínua e global durante o desenvolvimento do estudante na relação com os educadores.

A avaliação da aprendizagem no Ensino Fundamental e no Ensino Médio, de caráter formativo predominando sobre o quantitativo e classificatório, adota uma estratégia de progresso individual e contínuo que favorece o crescimento do educando, preservando a qualidade necessária para asua formação escolar, sendo organizadas de acordo com regras comuns a essas duas etapas (DCN, 2013, p. 76)

A. São os objetivos da avaliação:

  • diagnosticar a situação de aprendizagem dos estudantes para nortear a ação pedagógica;
  • realizar atividades avaliativas para a aprendizagem;
  • verificar avanços e dificuldades do estudante no processo de apropriação e construção do conhecimento para a tomada de decisões por parte dos educadores, seja do ponto de vista da recuperação paralela, contínua ou outras estratégias pedagógicas;
  • possibilitar que os estudantes tomem consciência de seus avanços e dificuldades.

B. São as avaliações:

  • pontuais: ao final de cada roteiro ou projeto temático.
  • processuais e contínuas: durante todo o trabalho do estudante através de um processo de autoavaliação; análise dos roteiros e das atividades; ficha de finalização dos roteiros; portfólio; plano de estudos; roda de conversa.
  • autoavaliação: realizada preferencialmente no espaço da tutoria, numa gradual tomada de consciência, por parte dos estudantes e educadores, de suas potencialidades e dificuldades.
  • trabalho de conclusão de curso (TCC): trabalho de pesquisa e produção de texto autoral realizado pelos estudantes do 9o ano, com apresentação pública sob orientação dos educadores da escola.
  • avaliações externas: Mais Educação São Paulo bimestral, Prova Brasil, participação na Olimpíada Brasileira de Matemática e Olimpíada Brasileira de Física, Vestibulinho das Etecs.

C. São os instrumentos da avaliação:

  • Portfólio: Trabalhos elaborados pelo próprio estudante compreendendo a síntese do seu aprendizado após a conclusão dos roteiros;
  • Roda de Conversa: A aprendizagem se dá o tempo todo no grupo, na qual é valorizada a convivência coletiva e o respeito ao processo de aprendizagem pessoal. Todos os dias são organizadas rodas de conversa, na qual se discute o trabalho realizado. Essas rodas são momentos exemplares de análise do caminho percorrido, em um exercício diário de reflexão sobre as atividades da escola.
  • Ficha de finalização: Documento com questões a serem respondidas pelos estudantes, após a conclusão de cada roteiro, para que o tutor acompanhe seu aprendizado. Essa atividade avaliativa é desenvolvida pelos professores e realizada individualmente pelo estudante, devendo ser acompanhada pelo estudante, pelo tutor e pela família.

D. Dos resultados da avaliação

Os resultados do processo de avaliação são expressos por meio de conceitos (no ciclo de alfabetização e interdisciplinar) ou notas (no ciclo autoral) ao final de cada bimestre, acompanhada por uma avaliação descritiva do tutor a cada semestre, apresentando uma de análise do processo de aprendizagem educativo. “Valoriza-se, com isso, os aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período ao invés daqueles obtidos com provas finais”, nos termos do art. 24, V, “a” da LDB, conjugado com a Nota Técnica 22 do Programa Mais Educação São Paulo.

  • As famílias acompanham o desempenho dos estudantes mediante:
  • Devolutivas bimestrais e semestrais por meio de reunião das famílias com tutores.
  • Plantões de atendimento particular à família, mediante solicitação da família ou do tutor.

Gestão escolar participativa

A gestão escolar é realizada sempre nas instâncias participativas. São mantidas as demais funções previstas no Regimento Educacional, porém amplia-se qualitativa e quantitativamente os espaços de participação e deliberação.

Entendemos que a gestão democrática constitui-se em instrumento de luta em defesa da horizontalização das relações, de vivência e convivência colegiada, superando o autoritarismo no planejamento e na organização curricular. Pela gestão democrática, educa-se para a conquista da cidadania plena, mediante a compreensão do significado social das relações de poder que se reproduzem no cotidiano da escola, nas relações entre os profissionais da educação, o conhecimento, as famílias e os estudantes, bem assim, entre estes e o projeto político-pedagógico, na sua concepção coletiva que dignifica as pessoas, por meio da utilização de um método de trabalho centrado nos estudos, nas discussões, no diálogo que não apenas problematiza, mas, também, propõe, fortalecendo a ação conjunta que busca, nos movimentos sociais, elementos para criar e recriar o trabalho da e na escola. (DCN, 2013, 56)

São instâncias de gestão participativa no Projeto: Conselho de Escola, Conselho Pedagógico, Assembleia de Pais, Assembleia de Estudantes e Associação de Pais e Mestres (APM). Os estudantes fazem a gestão do Grêmio Escolar. Outras formas de participação na gestão democrática são os Grupos de Trabalho assim como a construção de parcerias com Universidades, Fundações e outras instituições no sentido do desenvolvimento contínuo do projeto e seu compromisso com a Educação Pública de Qualidade.

Conselho de Escola

Nos termos do Regimento Educacional, o Conselho de Escola é um colegiado de natureza consultiva e deliberativa, constituído pelo Diretor, membro nato, representantes eleitos das categorias de servidores em exercício nas Unidades Educacionais, dos pais e dos educandos nos termos da legislação em vigor (diretrizes e metas da política educacional e demais diretrizes contidas na Portaria n.5941/13).

Trata-se de centro permanente de debate e articulação entre os vários segmentos da Escola, tendo em vista o atendimento das necessidades comuns, a solução de conflitos atinentes ao funcionamento da Unidade e o constante aprimoramento do Projeto Político Pedagógico da Escola, dentre outras atribuições previstas no Regimento Educacional (Art. 40).

Na Escola as reuniões ordinárias do Conselho Escola ocorrem mensalmente, podendo convocar- se a qualquer momento reuniões extraordinárias.

Assembleia de Pais

A Assembleia de Pais se reúne mensalmente, discute assuntos pertinentes ao dia a dia da escola e elege os representantes do segmento de pais para a participação no Conselho da Escola.

Associação de Pais e Mestres (APM)

Trata-se de instituição auxiliar de caráter privado que tem por finalidade, nos termos do Regimento Educacional (art. 47):

a. promover integração entre todos os segmentos da escola em busca da melhoria da qualidade do ensino;
b. articular a participação de pais, professores e educandos nas ações de natureza educativa, cultural, comunitária, artística, assistencial, recreativa, desportiva, científica e outras;
c. estabelecer parcerias e gerir recursos advindos da própria comunidade, de órgãos governamentais de diferentes esferas e entidades civis, de acordo com o projeto político- pedagógico e pertinente legislação em vigor.

Assembleia dos Estudantes

Os estudantes se organizam através de Assembleias e elegem seus representantes para o Conselho de Escola, no qual apresentam suas reivindicações.

As assembleias de estudantes acontecem sistematicamente a medida que os temas polêmicos surgem ou nos momentos de socialização dos trabalhos que estão sendo desenvolvidos nos grupos de responsabilidade.

Aprovado na Reunião Extraordinária do Conselho de Escola de 10 de agosto de 2005, com modificações posteriores.