No dia 24 de junho aconteceu mais uma grande Festa Junina na Amorim Lima. Tradição, cultura, modernidade, inovação tudo se mistura nesta festa que promove integração entre todos.
Fotos: Coletivo de Fotos Amorim Lima
Um dos destaques da Festa é a programação de apresentações dos estudantes que trazem uma mostra da diversidade da cultura brasileira: Bumba meu Boi, Samba de Roda, Xote, Cantos de Trabalho, Samba Rural, Pau de fita, Dança dos Arcos, Samba de Roda, Bernunça, Maculelê, Capoeira, Cordão dos Pássaros, Ciranda entre tantas outras manifestações revezaram-se durante todo o período da Festa. De norte a sul do país a cultura brasileira foi representada.
Todas estas danças além de ensaiadas pelas tutorias são também pesquisadas pelos estudantes, que vão buscar suas origens, entender os contextos, regionalidades entre tantos outros pontos.
Além disso, aconteceu a Quadrilha Invertida, sempre a cargo do 9º ano e o grande encerramento com o Ritual do Fogo e o Cortejo do Maracatu arrastando a Comunidade pelas ruas do bairro.
Como toda festa precisa ter afeto e comida boa, a Festa Junina da Amorim não brinca em serviço. Muita comida gostosa foi preparada pelas famílias da escola: churrasquinho, cuscuz, milho cozido orgânico, pizza, pastel, salgados e comida vegana que estreou no ano de 2016 e marcou presença este ano novamente. E para arrematar os doces da barraca do pessoal do 9º ano, que todos os anos arrecada fundos para a festa de formatura do pessoal que está saindo da escola.
Tudo isto feito por mães e pais que se dedicam com afinco desde a sexta-feira à noite, anterior à Festa. Uma equipe que não para enquanto a festa está rolando e depois que acaba ainda tem muito trabalho para deixar tudo em ordem. E o resultado a gente sente no gosto bom e no prazer que proporciona aos que experimentam os quitutes.
Eric, pai do André do primeiro ano da manhã está em sua primeira festa na Amorim. Ele conta que já conhecia o evento da nossa escola e que nos últimos quatro anos vinha com a família. “Sempre nos chamou atenção. Foi por já conhecer o clima desta festa pessoalmente, além de algumas boas recomendações sobre o projeto da escola, que eu e a Lilian acreditávamos que a Amorim poderia ser uma boa escola para nosso filho”, contou Eric.
Segundo ele o que mudou neste ano é que eles puderam acompanhar e vivenciar os bastidores de perto, dentro da escola, de como se organiza a festa. Desde a preparação das prendas, passando pelos mutirões de arrumação das barracas, a organização final pela comunidade na sexta-feira à noite e no sábado pela manhã antes de tudo começar.
“Em algum momento da sexta-feira, quando chegou o milho para descascar, ouvi meu filho e outras crianças perguntando: ‘podemos trabalhar também? A gente também quer ajudar’. Fiquei muito feliz com o sentimento de pertencimento e o orgulho de colaborar que aquelas crianças possuíam”, completou.
Eric também contou que ficou muito emocionado com o Ritual do Fogo. “Foi muito lindo! O simbolismo de acolhimento por aqueles que estão terminando sua jornada pela escola. Foi emocionante! Reforçou o desejo de acompanhar meu filho participando desta vivência toda durante os nove anos que ele terá na Amorim Lima”, finalizou.
Mariana, mãe da Luiza do 2º ano da tarde conta que também se emocionou com o Ritual do Fogo. “Eu sinto que é a maior festa da escola. A comunidade escolar participa bastante e as crianças adoram! Minha filha, do ano passado para esse, se sentiu mais integrada; andou pela escola com as amigas, brincou, participou de forma ativa como se fosse a segunda casa dela. Simplesmente lindo. E o final com as lanternas é mágico!”, completou.
Na outra ponta deste processo Fernanda, mãe do Nuno do 9º ano da manhã participou de sua última festa, “pelo menos como mãe de aluno”, como ela mesma faz questão de lembrar, pois não pretende se afastar da escola.
Fernanda conta que pela primeira vez esteve na “famosíssima Barraca dos Doces”. “Meu filho chegou ao 9º ano, o último dele, o meu? Não sei, acho que vou ficar mais tempo fazendo parte desta comunidade que eu amo tanto”, completa. Fernanda olha para Nuno e o vê grande e lembra quando chegou à Amorim começando no 2º ano e que isso foi uma revolução na vida deles. “Foram muitas Festas Juninas e sempre o mesmo espanto: ‘gente não vai dar! Não vai ficar pronto a tempo, é muita comida, muita bebida, muita gente! Que confusão! Quem tá organizando isso tudo?’, eram os pensamentos que me vinham à cabeça”, lembra Fernanda.
Ela conta que já trabalhou na cozinha, na barraca das prendas, nas brincadeiras, nos sucos, no milho, no caixa, “já passei a festa inteira correndo de lá pra cá fazendo sei lá o que de tanta coisa que era”, relembra rindo. “E aí a Festa simplesmente acontece. É uma loucura? Sim. A gente fica exausta? Fica. Leva pelo menos uma semana para se recuperar, no entanto é tudo incrivelmente forte e maravilhoso”, ressalta.
Fernanda conta que sempre se encanta com a energia que vem da felicidade das crianças e famílias, da diversidade, da beleza das danças e principalmente das “formiguinhas invisíveis que fazem o evento acontecer: é aquele pai que nem tem filho no 9º ano, por exemplo, e que empresta mais uma máquina de algodão doce para dar conta de tanta doçura, aquela mãe que aparece com um enfeite feito por ela, lindo de morrer e que faz toda a diferença no colorido dos olhos, aquela outra que a gente nunca tinha visto e vem trabalhar na barraca e quando termina a festa viramos amigas intimas e de longa data”, completa.
Neste ano Fernanda assistiu pela primeira vez, completo, o Ritual do Fogo. “Tinha que ver claro, afinal meu filho estava lá passando a ‘chama do conhecimento’ para os pequerruchos do primeiro ano. Foi muita emoção, chorei demais e agradeci a tudo e a todos por tudo que eu e ele vivemos nesta nossa escola. Que privilegio, que sorte, quanto aprendizado – afinal vivenciar esse coletivo gigante e diversificado não é fácil não, no entanto, é imensamente enriquecedor, aprendo a cada dia, cada vez, a cada dificuldade. E também feliz por nos saber parte de um todo, forte, com o qual a gente sabe que pode contar para o que der e vier e que mesmo quando já não estivermos na escola, nosso coração vai transbordar quando nos lembrarmos disso tudo”, finalizou emocionada Fernanda.
Eric e Fernanda sintetizam a energia que estes momentos são em nossa escola. A diretora da escola Ana Elisa conta que a Festa Junina da Amorim “é o fechamento de um grande processo de integração entre: estudantes, famílias, educadoras e educadores, coordenação, gestão, pessoal de apoio, no qual promovemos a empatia, o respeito, o amor ao próximo, a união por um ideal. Uma semente que ficará nos corações e mentes de todas estas crianças e adolescentes e que germinará para a construção de um mundo melhor”.
Veja abaixo fotos da Festa Junina. Fotos do Coletivo de Fotos Amorim Lima.