No dia 10 de dezembro aconteceu na Amorim Lima mais um Auto de Natal. Ele é uma das festas mais emocionantes da nossa escola, que acontece todos os anos desde 2002.
Esta é a festa na qual alunas e alunos do Ciclo I representam o tradicional Auto da Lapinha. Com raízes nordestinas e que trazem ainda traços medievais, a encenação é dividida em pequenos atos que vão desde a chegada de Maria e José, ao estábulo, até sua saída, passando pelo nascimento de Jesus e sua adoração.
Na chegada à escola, no sábado à tarde, já se percebia a cor branca tomando conta da escola. As famílias se encontrando, as alunas e alunos se integrando e se conectando com o espaço que já é deles.
Os preparativos tem início e mães e pais ajudam na arrumação das crianças e dos atores. É o momento de vestir os figurinos, maquiagem, adornos e reunir as turmas para o início das apresentações.
Na quadra coberta a parte técnica e os músicos já estão afinando seus instrumentos e acertando o som.
Veja abaixo uma Galeria de imagens da preparação do Auto de Natal. (Fotos cedidas por Will Cavagnolli dos Santos)
Tudo acertado, a Diretora da Escola Ana Elisa dá início à festa dizendo que o Auto de Natal é um momento especial da escola, porque é um momento de se encontrar, da comunidade se reunir. “Além disso, este é um momento que vamos exaltar uma criança e sempre que a gente exalta uma criança significa que a gente dá um viva a vida” completou.
Segundo Ana Elisa o Auto de Natal traz em si essa potência do novo e da continuidade. “É um momento inspirador. É um momento que a gente pode olhar para a comunidade, para as crianças e ver a importância que elas tem na escola e na vida”, ressaltou.
Após a fala da diretora, a música começa e Maria e José entram na quadra. Eles são representados pela Elis, que é assistente da diretoria e seu marido. Em seguida os anjos trazem o menino Jesus e entregam ao casal. Como é tradição todos os anos o casal que interpreta Maria e José são pessoas da comunidade e trazem seu filho. Este ano o pequeno Ian já fez parte do evento.
Com a chegada do menino vem os Reis Magos, que também são pessoas da nossa comunidade. Com a anunciação do Menino, os pastores recebem da novidade e começam os atos. Pastoras e pastores cantam e fazem suas oferendas. Floristas trazem flores e as colocam aos pés do Menino.
Veja uma Galeria de Imagens desta parte do Auto. (Fotos cedidas por Will Cavagnolli dos Santos)
Logo após as ovelhinhas também chegam para brincar perto do casal. A alegria toma conta da história e a festa aumenta com as danças do Squitim e dos Palhaços. Finalizando com a dança dos arcos.
Veja abaixo uma Galeria de Imagens da parte final do Auto. (Fotos cedidas por Will Cavagnolli dos Santos)
No final da apresentação formou-se uma Ciranda com todos os presentes e depois um pouco de marchinhas de carnaval animaram crianças e familiares. Após a festa a escola ofereceu um lanche com pipoca, sanduíches, gelatina e suco.
Auto de Natal – Originalmente inspirado e orientado por Lydia Hortélio, etnomusicóloga e especialista em cultura da criança no Brasil, o Auto, hoje, é organizado pelos educadores e pais. Assim como o menino Jesus, os demais papéis – como de Maria, José e dos Reis Magos – também são desempenhados por pessoas da comunidade Amorim Lima. As crianças do Ciclo I atuam como rebanho de ovelhas, pastores, floristas, anjos… A música, com sanfonista e percussionistas, é cativante. No final, há uma dança coletiva que coroa, de forma muito vibrante, os trabalhos desenvolvidos ao longo do ano.
Assista aos vídeos do Auto de Natal
Tradição – Legado português, o culto ao Menino Jesus é encontrado em todo território nacional, seja nas festas do Divino, durante as quais um menino é coroado rei, seja nas várias formas de Pastoris e Presépios que se realizam só durante o ciclo de festas do Natal, bem como na tradição das Lapinhas em casa que povoam as lembranças da infância de muitos de nós, e que hoje vão rareando cada vez mais. Tradição com profundo significado ela é representativo da índole do povo brasileiro, tão naturalmente afeito à Criança e pronto a ver nela a grande inspiração.