Festa da Cultura – o esporte além da competição

O que tem em comum um xadrez com peças baseadas em diferentes mitologias, bonecas feitas de origami, quadribol de Harry Potter, circo, hóquei subaquático, jogo do peteleco, rúgbi, caminhada, Cândido Portinari e tantos outros? Tudo, se o ponto em comum é a Festa da Cultura da Amorim Lima.

 

A Festa que aconteceu no dia 29 de setembro é um dos maiores exemplos de democracia participativa de nossa escola e aplicação direta do Projeto Político Pedagógico (PPP). Ela é a aplicação prática de dois Objetivos Específicos do PPP:

– Ampliar as experiências culturais para a transformação das relações entre os homens em sociedade.

– Criar e organizar os espaços para o pleno desempenho do projeto.

Ela não é um evento pontual que se resume ao dia da festa. A Festa é o ponto de culminante de um grande processo, o fechamento de um ciclo virtuoso. É um trabalho extenso que se inicia com a escolha do tema, ainda no primeiro semestre, por meio dos estudantes em assembleias e votações.

Quem vem e vê somente o dia da Festa da Cultura, não tem ideia do quanto, aquilo que se vê, gerou de trabalho para os estudantes. Muito tempo de pesquisa e aprendizado, dedicação dos tutores e atuação comunitária. Aliás, a melhor maneira de entender e sentir esta festa é acompanhar o que suas filhas e filhos fazem durante o processo de preparação para o dia da Festa.

Passeando pela Festa, como disse um senhor, avô de uma estudante, se tem a sensação de estar visitando a Bienal de Artes, tamanha diversidade nos temas e formatos das apresentações dos trabalhos. Enquanto nos salões, corredores, salas se conhecia as apresentações dos projetos e pesquisas, nas quadras e áreas externas da escola aconteciam exibições de diversos esportes, como, por exemplo, sumô, kung fu, skate e muitas atividades físicas e esportivas.

A transversalidade pode ser vista e entendida em todos os processos das diversas Tutorias da escola. Esta, aliás, é uma das bases do aprendizado na Amorim Lima. Um exemplo disto pode ser visto no trabalho sobre as Olimpíadas e a Copa do Mundo. Uma Linha do Tempo permitiu aos estudantes trabalhar simultaneamente questões de geografia, com a localização dos países, suas bandeiras, suas culturas, como também questões de história quando se viu que tiveram anos nos quais os eventos não aconteceram por conta de guerras ou foram boicotados por questões políticas.

O xadrez com peças feitas baseadas nos mitos, as brincadeiras indígenas, o poder econômico do esporte e suas implicações na sociedade, as questões de gênero, racismo também foram temas abordados e estudados nos trabalhos, também de forma transversal ao tema escolhido para a festa.

Outro destaque que surgiu nas pesquisas sobre as bonecas foi a história que inspirou o livro “Kafka e a boneca viajante”, de Jordi Sierra. Um ano antes de sua morte, Franz Kafka viveu uma experiência singular. Passeando pelo parque de Steglitz, em Berlim, encontrou uma menina chorando porque havia perdido sua boneca. Para acalmar a garotinha, inventou uma história – a boneca não estava perdida, mas viajara, e ele, um “carteiro de bonecas”, tinha uma carta em seu poder que lhe entregaria no dia seguinte. Naquela noite, ele escreveu a primeira de muitas cartas que, durante três semanas, entregou pontualmente à menina, narrando as peripécias da boneca vividas em todos os cantos do mundo.

Esta mesma tutoria montou uma oficina de Abayomi, bonecas de origem africana, símbolo de resistência, tradição e poder feminino e uma exposição de bonecos e bonecas de várias partes do mundo completando e exemplificando como o tema da Festa da Cultura abre caminhos e possibilidades.

O trabalho apresentado sobre os jogos e brincadeiras do Japão também é um ótimo exemplo de transversalidade. A pesquisa uniu o kendo, esporte de luta com espadas de bambu que veio das tradições dos samurais, aos origamis que representam festividades da cultura japonesa a brinquedos antigos e de inspiração moderna.

O salão de artes contou com a apresentação dos “13 Mundos”, uma série de jogos criados pelas crianças baseados em mundos imaginários como, por exemplo, dos dinossauros, unicórnios, fadas, Vida e da Morte, todos com histórias próprias, tabuleiros, regras e diversão. Outro grande exemplo de como a Festa da Cultura mexe e estimula a criatividade de nossos estudantes.

Para narrar aqui tudo o que aconteceu seria necessário um especial de muitas matérias, e ainda assim faltaria espaço para contar o que é este processo da Festa da Cultura de nossa escola. Se você não veio a festa, pode sentir um pouco da sensação do que foi vendo a galeria de imagens no link abaixo. Para o próximo ano comece a sentir e acompanhar de perto o trabalho de suas crianças assim que souber que vai acontecer a escolha do tema. Depois no dia da festa se achar que tudo é muito grande, não se preocupe, como está escrito no muro da escola “teu caos é meu cais!”.

Galeria 1

Galeria 2

Galeria 3

Galeria 4